O presidente destituído do PSB na Paraíba, Edvaldo Rosas, disse, nesta segunda-feira (19), que embora tenha apoio da maioria dos diretorianos, além de deputados, prefeitos e vereadores para continuar na presidência, não vai recorrer do ato da direção nacional que dissolveu o Diretório Estadual porque o movimento partiu “de forma inexplicável e surpreendente” de seus próprios companheiros e companheiras de partido.
“Poderíamos ganhar tanto na justiça quanto em uma eleição, mas o custo disso seria muito alto para todos. Não me interessa ser presidente de todo jeito, de um partido agora dividido, sem unidade interna. Estava à frente do PSB porque tenho história na legenda, fui eleito e tinha um mandato a cumprir. Mas se querem dissolver o Diretório sem qualquer justificativa e num processo intervencionista, não farei cavalo de batalha; fiquem com o partido. Sabendo que pegarão uma legenda estruturada em mais de 200 municípios”, desabafou Edvaldo Rosas.
Ele informou ainda que em nenhum momento foi procurado por qualquer dirigente ou membro do partido com a proposta para o ex-governador Ricardo Coutinho assumir a presidência do PSB antes do final de seu mandato, previsto para novembro de 2020.
Ele questionou também a forma como se deu o processo de intervenção. “Muitas pessoas que assinaram a lista pela dissolução retiraram seus nomes quando souberam o real motivo e isso não foi levado em consideração, como também a conferência das assinaturas e o fato de suplentes estarem votando pelos titulares do diretório”, informou.
Edvaldo também lamentou a decisão do presidente nacional que só ouviu uma das partes e decretou a dissolução do diretório. “Depois que ele tomou tal atitude e sentiu a reação negativa de seu ato nos chamou para uma reunião em Brasília. Deveria ter feito isso antes, até porque o fato alegado para eu deixar o comando do PSB é um absurdo, já que diversos dirigentes estaduais ocupam cargos públicos em seus estados, a exemplo de Pernambuco, terra do próprio presidente nacional do PSB”, complementou.
Edvaldo Rosas disse que ele mesmo ocupou cargos nos quatro mandatos de Ricardo Coutinho, tanto na Prefeitura quanto no Estado, e era presidente do PSB. “Por que podia na época e não pode hoje? Outra coisa engraçada são certas figuras desse movimento se intitularem de PSB-Raiz. Na verdade, chegaram depois das vitórias na Prefeitura e outros no Governo do Estado. Tem gente aí que nem votou na eleição e nem na reeleição de Ricardo para o Governo”, recordou.
O presidente do PSB lembrou que ele saiu junto com Ricardo do PT quando Lula iniciava seu primeiro mandato e “muitos diziam que a gente estava louco por deixar o PT naquele momento e acreditar naquele projeto que ali se iniciava sob o comando de Ricardo. Nós vencemos várias eleições, realizamos grandes gestões e crescemos juntos esse partido e, agora, eu sou tirado do comando porque aceitei um convite do governador João Azevedo para ser secretário de um governo do próprio PSB. É inacreditável isso. A história é testemunha e saberá registrar as contradições de cada um”, concluiu Rosas.
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