O combate à corrupção na Paraíba pode ganhar novos contornos nos próximos dias, com uma possível deflagração da quinta fase da Operação Calvário, que investiga uma organização criminosa acusada de desvios de recursos públicos, lavagem de dinheiro, peculato e corrupção por meio de contratos em unidades de saúde da Paraíba que chegam a R$ 1,1 bilhão. A expectativa se deve a movimentações processuais recentes no âmbito das investigações que ocorrem no Rio de Janeiro.
Cruz Vermelha
Nos bastidores, a informação que circula revela que Michele Lousala, secretária de Daniel Gomes, um dos chefes da organização criminosa, responsável pela Cruz Vermelha, ambos presos em fases anteriores, teria sido ouvida pela justiça e contado novos detalhes sobre a rede de corrupção instalada pelo grupo em coluio com autoridades governamentais.
Para quem não lembra, Michele é a mulher que aparece no vídeo veiculado pelo Fantástico, da Rede Globo de Televisão, entregando ao ex-servidor do Governo do Estado da Paraíba e ex-assessor da ex-secretária Livânia Farias, uma caixa de vinho com aproximadamente R$ 1 milhão em dinheiro, desviado da saúde pública estadual, através de contratos entre o Governo do Estado da Paraíba com a Cruz Vermelha, no governo de Ricardo Coutinho (PSB).
Gaeco (Combate à corrupção)
Dia 25 de setembro, os autos da justiça foram encaminhados para vista do Ministério Público. No dia 30, os autos foram recebidos pelo Grupo de Atuação Especial contra do Crime Organizado (Gaeco) do Ministério Público do Estado da Paraíba, uma vez que o conteúdo – há quem diga que a maioria dele, versava sobre figuras e personalidades do estado.
No último sábado, em contato com a imprensa, o coordenador do Gaeco na Paraíba, Otávio Paulo Neto, responsável pelas investigações no estado, disse que o tempo da justiça não é o tempo da angústia de muitos. “Nada atípico. O tempo da justiça não é o tempo da angústia de muitos. A justiça tem fluxo próprio e regras rígidas, as quais não podem ser desconsideradas. Há uma visceral diferença entre justiça e justiçamento”, declarou Paulo Neto.