A depressão é sem dúvida alguma o mal do século, essa frase já foi tantas vezes ditas que virou clichê.
Na verdade, a depressão é a morte mais cruel que pode existir, ela lhe faz perder tempo de vida e vai fazendo a vida passar sem que a você a viva.
Incognitamente, o tempo vai se esvaindo num piscar de olhos enquanto só é possível observar no horizonte o que seria possível e bastante provável de fazer.
Tempo, é uma das únicas coisas que não pode ser comprada, o tempo dado ou desperdiçado, jamais retornará, é inatingível e único em cada fase da vida.
Em tempos onde a humanidade tem um estigma pela perfeição, quem sofre desse mal além de mal compreendido é totalmente jogado às feras no sub-consciente dos amigos, parentes e aderentes, onde o julgamento e a sentença já foi proferida pelos arautos da saúde mental perfeita.
O achincalhe é tão desumano quanto a doença, as pessoas começam a lhe batizar e a lhe enxergar como, lento, preguiçoso, incapaz e vagabundo.
Pobres almas, não sabem o que dizem, julgam pelos olhos, apesar de nunca terem sentido o dissabor infeliz da total inércia imposta sem a vontade do paciente.
As pessoas, no ápice de seus devaneios, pensam que o depressivo, adora estar parado, ama tomar remédios, vibra por perder amizades e faz festa quando nota o tempo que já se foi, não mais voltar.
Somos rotulados, estigmatizados, levados na brincadeira, viramos alvo de deboche e de quase uma segregação social. Familiares, quando não nos taxam de loucos, nos taxam de preguiçosos e outros disparates.
Peço a Deus, para perdoar os “pais” da verdade, os arautos de todo conhecimento, pois o dia que forem vítimas desse mal, a gozação acaba e começaram automaticamente a orar sem cessar.
O verdadeiro “forte” não é nem nunca foi o totalmente saudável, forte é aquele que mais suporta qualquer tipo de dor física, mental ou espiritual. Esse é forte feito a rocha. O saudável é forte em exibição e em desqualificar as pessoas que realmente são.
Jesus Cristo, nunca partiu em busca do saudável, ele foi ao encontro do forte, que por ventura adoecera e em determinada época era posto e rotulado de todo tipo de absurdo.
Será que o aleijado do milagre do tanque de Betesda, que passou cerca de trinta e oito anos humilhado, rastejando e pedindo ajuda, era fraco ou forte?
Era fortíssimo, suportar tal adversidade não é para quem quer, é para quem consegue. A humanidade não raciocina mais, ela “compra” uma tese mágica e a segue sem perguntar por quê.
Viramos lagartixas, somos ótimos no balançar da cabeça e péssimos nos questionamentos em um contexto lógico.
É preciso ir repondo as verdades, pois boa parte da humanidade, glorifica o que está completamente errado, para não dar valor algum a quem o tem.
Termino sempre com uma frase, hoje escolhi a frase do filósofo alemão Friedrich Nietzsche: “Não há fatos eternos, como não há verdades absolutas”.
Júnior Belchior