O FALSO MORALISMO — A sociedade contemporânea está cheia de falsos moralistas. Esse comportamento tão abominado está cada vez mais presente no mundo atual. Qual o motivo desse fenômeno da modernidade? A necessidade de querer parecer, perante os outros, alguém que se apresenta como guardião da ética e da moralidade. Todos agimos assim. Estamos sempre nos comportando de acordo com princípios e valores, que às vezes intimamente discordamos, mas atuamos assim com medo da rejeição, da censura ou da exclusão.
O falso moralismo prega costumes e padrões que, na prática, não se efetivam na conduta do cotidiano. Seus protagonistas geralmente são rígidos no julgamento de erros cometidos pelos outros, sem avaliarem suas próprias vidas. É o exercício da hipocrisia. Fazem exatamente o oposto do que defendem como retidão e integridade moral.
As situações mais frequentes de ocorrência do falso moralismo são relacionadas a temas referentes à sexualidade. Aí aparecem os conservadores, os homofóbicos, os puritanos. Escondem suas verdadeiras posturas no campo da sexualidade, por trás da máscara de sensores morais. Às escondidas costumam fazer o que condenam às claras.
Outra atitude bem característica de falso moralismo é no universo da política. Todo mundo se arvora na condição de autoridade moral para combater a corrupção e a falta de atenção aos princípios da moralidade pública. No entanto, não se dá ao trabalho de fazer uma autocrítica para perceber as próprias falhas na observância da ética e da coerência.
Assim como é muito comum vermos nos discursos dos agentes políticos a propagação de ideias e pensamentos que se distanciam das suas reais opiniões e procedimentos.
Estejamos, então, sempre buscando imprimir um comportamento pessoal de concordância com nossas próprias convicções e conceitos, sem medo de sermos apontados como diferentes ou divergentes. Quem assume ares de dissimulação na emissão de juízo de valor, coloca o disfarce do falso moralismo.