A perspectiva cristã sobre a afirmação “viver a vida porque só se vive uma vez” está profundamente enraizada na crença na salvação, na eternidade e no plano divino para a humanidade. Para nós cristãos evangélicos e católicos, a vida terrena não é um fim em si mesma, mas sim uma preparação para a vida eterna ao lado de Deus. A ideia de que “só se vive uma vez” pode ser vista como uma visão limitada e secularizada da existência, que ignora o propósito espiritual e a promessa de salvação através de Jesus Cristo.
A Bíblia, principal fundamento da fé cristã, ensina que a vida humana é um dom de Deus e que cada indivíduo foi criado com um propósito divino. Em Jeremias 29:11, está escrito: “Porque eu sei os planos que tenho para vocês, diz o Senhor, planos de fazê-los prosperar e não de lhes causar dano, planos de dar-lhes esperança e um futuro.” Essa passagem reforça a ideia de que a vida não é um acidente ou uma mera oportunidade para buscar prazeres efêmeros, mas sim um caminho traçado por Deus, que inclui a esperança de um futuro eterno.
A mentalidade de “só se vive uma vez” pode levar a uma vida centrada em si mesmo, onde o prazer, o sucesso material e a realização pessoal se tornam os principais objetivos. No entanto, a fé cristã ensina que a verdadeira realização não está nas coisas deste mundo, mas em uma relação pessoal com Deus. Em Mateus 6:19-21, Jesus adverte: “Não acumulem para vocês tesouros na terra, onde a traça e a ferrugem destroem e onde os ladrões arrombam e furtam. Mas acumulem para vocês tesouros no céu, onde a traça e a ferrugem não destroem, e onde os ladrões não arrombam nem furtam. Pois onde estiver o seu tesouro, aí também estará o seu coração.” Essa passagem desafia os crentes a priorizarem os valores espirituais e a eternidade, em vez de se apegar às coisas passageiras deste mundo.
A salvação é um conceito central na teologia cristã. Temos a certeza absoluta que, através da fé em Jesus Cristo e de sua morte e ressurreição, os seres humanos podem ser reconciliados com Deus e receber a promessa da vida eterna. João 3:16 afirma: “Porque Deus tanto amou o mundo que deu o seu Filho Unigênito, para que todo o que nele crer não pereça, mas tenha a vida eterna.” Portanto, a ideia de que “só se vive uma vez” contradiz a promessa bíblica de que a morte física não é o fim, mas sim a porta de entrada para uma existência eterna ao lado de Deus.
Além disso, enfatiza a importância de viver uma vida que glorifique a Deus e sirva ao próximo. Em vez de buscar apenas a satisfação pessoal, os crentes são chamados a refletir o amor de Cristo em suas ações e relacionamentos. Em Mateus 22:37-39, Jesus resume os maiores mandamentos: “Ame o Senhor, o seu Deus, de todo o seu coração, de toda a sua alma e de todo o seu entendimento. Este é o primeiro e maior mandamento. E o segundo é semelhante a ele: Ame o seu próximo como a si mesmo.” Essa visão de vida contrasta fortemente com a filosofia de “só se vive uma vez”, que tende a ser individualista e autocentrada.
A esperança do paraíso também é um elemento fundamental de fé. A Bíblia descreve o céu como um lugar de plenitude, onde não há dor, tristeza ou morte (Apocalipse 21:4). Essa esperança não apenas conforta os crentes diante das dificuldades da vida, mas também os motiva a viver de maneira digna, sabendo que suas ações terão consequências eternas. A ideia de que “só se vive uma vez” nega essa esperança e reduz a existência humana a um breve momento no tempo, sem considerar o impacto eterno de nossas escolhas.
Por fim, a fé convida os crentes a viverem com propósito e significado, reconhecendo que a vida terrena é uma preparação para a eternidade. Em vez de buscar apenas prazeres temporários, os cristãos são chamados a investir em relacionamentos significativos, a servir aos outros e a crescer em sua fé. A vida, portanto, não é uma mera oportunidade para se divertir, mas um dom precioso que deve ser usado para glorificar a Deus e cumprir seus propósitos.
Em resumo, a perspectiva sobre a afirmação “viver a vida porque só se vive uma vez” é clara: a vida terrena é importante, mas não é o fim. A salvação, a eternidade e o propósito divino são realidades que transcendem o tempo e o espaço, e a verdadeira plenitude só pode ser encontrada em uma vida dedicada a Deus e ao próximo. Portanto, viver como se “só se vive uma vez” é ignorar o sangue derramado na cruz e a promessa de um futuro glorioso e a responsabilidade de viver de acordo com os valores do Reino de Deus.
Término sempre com uma frase e hoje escolhi uma do maior evangelizador norte americano de todos os tempos, Billy Graham. “A morte não é o fim, mas o começo de uma nova dimensão de vida – a vida eterna (…) Pela sua ressurreição de entre os mortos, Jesus demonstrou que existe vida após a morte”.
Junior Belchior