A cegueira humana faz da sociedade contemporânea cúmplice dos males que afligem o mundo. E a pior cegueira é a falta de visão crítica. A absoluta ausência de comprometimento com o que acontece ao redor nos transforma em seres instintivos. Cada um vivendo conforme seus próprios interesses e nos separando inclusive da natureza. Estamos dando causa, em consequência, á morte do nosso “habitat”. Tornamo-nos vítimas do nosso próprio equívoco quando construímos uma consciência de que somos o centro do mundo e que vemos a natureza unicamente como fonte de uso para a nossa sobrevivência.
Pior, ficamos cegos porque fingimos não ver. Mesmo sabendo que estamos agredindo o ambiente natural em que vivemos, e com isso, comprometendo nossa qualidade de vida e a existência tranquila dos nossos descendentes no futuro, permanecemos insensíveis, indiferentes, assistindo passivamente à degradação ambiental em que vivemos.
Há uma necessidade de chamar a humanidade a refletir sobre isso. Somos responsáveis pelo que fazemos. Nossas decisões definem as condições de vida a que estaremos sendo submetidos. E se continuarmos sem querer enxergar o perigo que nos ameaça, vamos ver o mundo cada vez mais se destruir, com nosso solo se tornando improdutivo, nossas matas sendo devastadas, as águas e o ares poluídos, agravando, portanto, o desequilibro na relação homem/natureza. Os recursos naturais estão se esgotando por culpa exclusiva da nossa cegueira. O planeta sofre o efeito devastador das ações do homem moderno na industrialização, na urbanização concentrada em grandes cidades e no consumismo exagerado.
Urge abrirmos os olhos antes de sermos tragados pelos mecanismos de defesa da própria natureza. As catástrofes que assistimos no mundo inteiro não são nada mais do que respostas da natureza às agressões a que a humanidade vem lhe causando. A visão crítica da atual crise sócio-ambiental é imperativa para que, em tempo, salvemos o planeta, ou mais do que isso, salvemos nossa sobrevivência nele.
Não dá mais para agirmos de forma individualista e acreditarmos que somos “senhores” da natureza. É importante pensarmos coletivamente e procurarmos voltar a viver em harmonia com as leis naturais. Tiremos a venda dos nossos olhos e visualizemos o estrago que estamos provocando ao nosso ambiente de vida.
A defesa do meio ambiente deve ser bandeira na educação das novas gerações, para que vejam com clareza que, cabe a cada um de nós a responsabilidade de estabelecer novos paradigmas na relação, homem e natureza, mais sustentável e duradoura.
O desenvolvimento econômico e a natureza vivem uma relação conflituosa, sem a compreensão de que a proteção do meio ambiente deve ser observada como princípio fundamental para a sustentabilidade do planeta. O homem nunca se preocupou com a defesa da natureza. Ao invés de encara-la como “fonte de vida”, a usa como “fonte de lucro”, com o o objetivo de acumular riquezas.
O mundo ecologicamente equilibrado respeita a fauna, a flora e todos os recursos naturais do planeta, preservando-o de forma adequada à existência humana e dos animais. Não há como desconhecer de que todos nós dependemos do meio ambiente para sobrevivermos. Então a sua proteção e defesa é de nossa responsabilidade. Mas é também importante que o Estado exerça o seu papel de fiscalizador, cobrando da sociedade um comportamento mais responsável com o meio ambiente, incentivando a prática de ações que colaborem com a sua preservação. Proteger a natureza significa preservar a própria espécie humana.