Estamos vivendo um tempo que assusta. É perceptível a desorganização social a que estamos sendo submetidos. Há um enfraquecimento dos mecanismos de controle social. É comum o rompimento das normas de convivência social. Os conceitos de ética e moralidade já não são considerados requisitos necessários para o estabelecimento de uma cultura civilizada.
Faz-se necessário descobrir as causas do descontentamento, dos desesperos e dos desencantos do povo, para que superemos esse problema preocupante da desorganização social. Onde está o erro? Na compreensão de que os valores morais e cívicos devam ser entendidos como determinantes na vida social. Lamentavelmente não é isso que estamos testemunhando.
Ninguém se preocupa em encontrar a origem desse fenômeno que contamina o tecido social. Prevalece o velho entendimento de que o interesse individual se sobrepõe ao coletivo. Cada um por si, é assim que nos comportamos. Dessa forma estamos contribuindo para a desorganização.
Somos então culpados pelo crescimento da população carcerária. A incidência criminal nasce desse fenômeno: a desorganização social. Quando os códigos morais entram em declínio, ganha força o poder paralelo dos criminosos. Passamos a ser reféns da bandidagem.
Evidencia-se um comportamento originado dessa situação da desorganização social. Princípios, conceitos e regras são desconsiderados em nome da sobrevivência. É preferível defender os interesses individuais do que os coletivos. A máxima egoísta do “primeiro eu”. Porque lembrar do social?
Termino essa reflexão, chamando a atenção para a necessidade de vencermos essa crise que está nos levando, a passos largos, para a desorganização social. Basta abdicarmos do individualismo. Quem desorganiza o social é a ambição, a ganância e o desejo de não participar do coletivo.