Essa semana uma notícia chamou a atenção dos brasileiros. Um padre, chamado Robson de Oliveira, está sendo apontado como o chefe de um esquema, que responde a uma acusação de desvios da ordem de 120 milhões de reais, a partir de uma associação presidida por ele.
A notícia, claro, espanta, pela cifra altíssima. Autoridades judiciais alegam que a associação movimentou mais de 2 bilhões de reais nos últimos 10 anos. E atualmente tinha uma receita de 20 milhões de reais por mês.
Compra de fazendas, imóveis de luxo, em condomínio fechado e em praias turísiticas. Foram alguma das constatações atípicas que o Ministério Público identificou. Atividades divergente do fim da associação, que tinha por alvo principal da doações, a construção de uma nova basílica.
Desviar dinheiro de uma associação sem fins lucrativos é extremamente condenável. Quando executada por um líder religioso, ainda mais. A repercussão não foi tão grande quanto teria sido, caso o agente desta má notícia fosse um pastor evangélico. Isso foi o que me chamou a atenção.
Claramente, um preconceito social, na nossa população, que é de maioria católica, tendem a fazer teatro destes casos, quando envolvidos autoridades religiosas evangélicas. Sempre foi assim e creio que continuará por um bom tempo. Ser pastor, para muitos, é ser ladrão. É ser muito rico e é ser enganador da fé dos outros.
Eu não quero cobrar que as pessoas torturem psicologicamente este padre, como fariam caso fosse o autor um pastor. Quero reforçar que nem pastores, nem padres são ensinados ou instruídos a fazerem tais coisas. Por isso, as atividades destes, devem – ou pelo menos deveriam – não ser importantes no contexto do caso. O desvio da conduta é de um ser humano, não de um padre. Quem errou foi o Robson de Oliveira, não padres.
Padres e pastores são extremamente úteis à nossa sociedade. O papel da religião é muito importante. Sem ela, a nossa organização social seria praticamente inviável. Os indivíduos necessitam do amparo religioso sob diversos aspectos. E o interessante é que a legislação, em muitos casos, reconhecem a importância dela. Como por exemplo, no auxílio religioso aos que cumprem penas nos presídios. A assistência religiosa é garantida a estes.
Robson de Oliveira possivelmente errou, pelo que trata o MP. Não foi a figura do padre o autor do erro. É preciso separar as coisas e não colocar todos dentro do mesmo saco. Os padres e pastores de bem são maioria. Embora humanos e falhos.
O introspectivo