O deputado estadual Tovar Correia Lima (PSDB) utilizou a tribuna da Assembleia Legislativa da Paraíba (ALPB), nesta quarta-feira (14), para questionar o secretário de Estado da Saúde, Geraldo Medeiros, sobre os desvios realizados por meio da Cruz Vermelha, apontados nas investigações que culminaram na Operação Calvário. A Assembleia sediou audiência pública para prestação de contas da Secretaria, referente ao 1º quadrimestre do ano.
Durante seu tempo de fala, o parlamentar apresentou que a estimativa do Gaeco é que mais de R$ 200 milhões tenham sido desviados dos cofres públicos paraibanos por meio do esquema montado pela Cruz Vermelha. O que se faz crer que houvesse um percentual de 20% de propina, segundo o Gaeco. “Até agora, por iniciativa do Ministério Público, apenas R$ 5 milhões foram devolvidos. O que o Governo do Estado, a secretaria de saúde, gerida pela sua pessoa, está fazendo para recuperar os valores apontados pelo Gaeco e o Ministério Público?”, questionou.
O secretário respondeu que contratos emergenciais foram avaliados para que não ocorra mais o que aconteceu no caso da Cruz Vermelha. “Em relação ao contrato emergencial do Hospital de Emergência e Trauma Senador Humberto Lucena, a Organização Social habilitada através de certidões negativas e avaliada por todo comissão foi a única que, provisoriamente, permitiu que não houvesse solução de continuidade. Isso conseguimos com uma atividade árdua de todo corpo clínico, da secretária de saúde, de modo a não promover desassistência a população”, respondeu.
Tovar lamentou que, apesar dos esforços do atual secretário, a gestão estadual ainda não tenha dado as respostas necessárias sobre o maior escândalo de corrupção de todos os tempos na Paraíba e que os recursos públicos desviados tenham deixado tantas pessoas desassistidas. “Só com a mesada que teria sido paga a então secretária Livânia Farias pela Cruz Vermelha teríamos um acumulado de R$ 7.120.000,00 e esse valor daria para comprar 49 ambulâncias tipo UTI, ou realizar 3.560 sessões de quimioterapia ou ainda para realizar 10.171 tomografias”, destaca.
Operação – A Operação Calvário investiga núcleos de uma organização criminosa comandada por Daniel Gomes da Silva, que é acusado por desvio de recursos públicos, corrupção, lavagem de dinheiro e peculato, através de contratos firmados junto a unidades de saúde da Paraíba, com valores chegando a R$ 1,1 bilhão, possuindo atuação em outros estados, como o Rio de Janeiro.